O Concílio

A reunião finalmente começou. Eu, que já estava um pouco angustiado com a demora, assisti em silêncio a conversa dos deuses e representantes. Procurei não demonstrar nenhuma reação como quem não quer ser notado, mas era impossível não reparar em algumas coisas.

Athena falava muito bem para a idade, mas estava um pouco nervosa. E não era culpa dela, no fundo, analisando bem era uma enorme injustiça dar tanta responsabilidade a uma pessoa tão jovem. E aquele poder simplesmente nascera com Ághata: ela não teve nem o direito de decidir seu destino. Talvez eu jamais pensara nisso, pois quando a antiga Athena era viva eu também era jovem, mas éramos todos humanos cujo os deuses antigos obrigaram a fazer o serviço deles através de reencarnações.

Mas mesmo assim concordei com tudo que os deuses disseram. Algumas vezes me lembrava das guerras passadas e tive uma pontada de raiva quando vi a relação quase afetuosa entre as representantes de Ártemis e Apolo. Lembrei-me que os dois deuses haviam se unido e tomado o Santuário, Asgard e Hades. Aquela fraternidade entre as duas me encheu de desconfiança, como se elas pudessem quebrar o acordo. Podia estar errado, mas não podia me esquecer da crueldade com que tomaram as terras sagradas, não podia me esquecer dos amigos mortos e da minha primeira batalha em nome de Athena.

Quando Odin partiu a maioria pareceu se indignar. Claro que o deus estava sendo grosseiro, mas eu me identificava com ele. Não era tão fechado quanto ele mas evitava um pouco demonstrar minhas emoções
a quem não me fosse íntimo. Tentava ser simpático a medida do que minha educação de um pobre neto de pescador permitia. Além disso entre os deuses que selariam o acordo, Odin era, depois de Athena, aquele que mais me parecia justo. Lembrei então de uma questão e percebendo que os mais importantes estavam em silêncio, pedi licença e falei:

- Com licença, mas se me permitem a palavra, queria saber qual a posição de Poseidon quanto a essa aliança. Ele sabe de alguma coisa? Pois foi de grande impôrtancia na última aliança.

Séraphine acena polidamente para que Kitana fique à vontade.

"Se me perdoa, cavaleiro: pelo que vemos aqui, Poseidon não enviou representante nem cavaleiro, nem compareceu; presumo que ainda esteja adormecido, e que seus servos sejam muito poucos ou estejam ocupados com seu próprio santuário." responde a Asashi. "Mas não acredito que ele seria capaz de ignorar o que diz a sua Senhora: não estamos em posição de agir egoisticamente, rivalizando uns com os outros. Com o perdão da palavra, nem o mais tolo dentre os tolos ousaria erguer-se contra o Santuário."

Convidado

– Compreendo. – disse, com um leve sorriso no rosto, a aproximar-me da mesa.

Sentei-me novamente e percebi a mestiça a se aproximar. Pude captar certa satisfação no rosto de Séraphine quando viu Kitana, mas nada quis comentar; provavelmente aquela afetuosidade se devesse ao fato de Apolo e Ártemis serem irmãos...

Kitana, então, estendeu um embrulho para mim. Estava impressionada; nunca havia recebido tantos presentes num único dia.

– Quanta gentileza. – sorri, e dediquei à bela uma mesura. – Muito obrigada. – disse, a pensar no que encontraria quando abrisse o embrulho.

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Depois de a mestiça acomodar-se ao lado da representante de Ártemis, quis saber dela a posição de seu Senhor quanto ao que eu propunha. Entretanto, Asashi mostrou-se incomodado. Perguntava-nos da posição de Poseidon em relação aquilo tudo, e com razão. Séraphine adiantou-se a responder, dizendo que muito provavelmente o deus ainda não havia despertado e que os marinas, sendo poucos, deveriam estar mais preocupados com a morada do seu próprio deus.

Fitei a sacerdotisa ao final de suas palavras. Dizia ela que mesmo o Deus dos Mares não se negaria a aceitar o acordo. Tais falas alegraram-me e me fizeram ter maiores esperanças quanto ao futuro próximo.

– Mais uma vez, Séraphine, falas de acordo com a verdade. – depois, voltando-me para Asashi, completei – Não se preocupe, Asashi... Mesmo que agora não tenhamos um acordo com Poseidon, quando despertar ele verá que será muito mais vantajoso a todos nós que nos unamos. Não nos desgastemos com temores por ora imaginários... – falei carinhosamente, esperando que o dragão entendesse que havia assuntos mais urgentes a serem tratados.

Enfim, voltei-me para Kitana e repeti a proposta que havia feito aos presentes, já que a bela ainda não havia chegado quando da conversa entre mim, o deus e as representantes.

– Kitana de Tirésias... – comecei, devagar, lembrando-me do nome da moça a quem enviara o convite – Convoquei este Concílio para saber dos deuses suas posições sobre a guerra que se iniciará em breve. Expus a idéia de um acordo de não-agressão entre os que aqui se reuniram, obtendo resposta positiva da bela representante ao seu lado. Quanto a Odin, disse-me que tomaria certo tempo para pensar. Agora, espero de você que me diga as intenções de Apolo e se ele aceitaria uma trégua entre nós.

Terminei, então, esperando que a mestiça respondesse positivamente também. Já estava preocupada demais com o juramento que teria de fazer nas terras de Midgard, nos domínios do astuto Odin; queria ouvir um “sim” direto, sem nada dos rodeios que nortearam a conversa entre mim e o Pai-de-Todos.

A sacerdotisa ouvia atentamente tudo que lhe diziam, estava prestando atenção, mas não se pronunciou até que todos terminassem de falar. Ficou um tempo em silêncio, pensando, apesar de não aparentar isso, tinha de seguir os princípios de seu Senhor, mas passavam por uma situação anormal e talvez devesse desviar, momentaneamente, o foco de seus ideais para defender a existência de um mundo.

"O Luminoso é bem claro, a humanidade está se corrompendo e deixar o mundo nas mãos dos seres humanos é um grande erro, antes de mais nada, devemos purificar a humanidade começando-a novamente.", fez uma breve pausa. "Os homens são egoístas e volúveis, não tem capacidade de governar a si mesmos com prudência e visando o bem e a Vontade Geral. 'Um povo não é capaz de buscar a fortuna sem um Príncipe´, já dizia o sábio Maquiável. Faço um paralelo a fala desse grande homem, a humanidade não é capaz de prosperar sem seus Deuses.", expôs a sacerdotisa tranquilamente, já sabia do choque que isso iria causar nos Santos de Athena.

"Mas... Enfrentamos circunstâncias adversas, não podemos por nossos planos em prática se a vida do planeta se extinguir completamente. Sendo assim, acho que aceitaremos uma trégua. Mas não posso confirmar nada, sou uma mera sacerdotisa, não sou a representante de Apolo na Terra e, por isso, não posso tomar esse tipo de decisões sozinha.", encerrou sua fala, esperando as reações e o parecer dos presentes.

Convidado

Pensei bem a respeito das palavras da sacerdotisa e me coloquei em seu lugar. Deveria ser realmente difícil falar em nome de um deus quando não se é sua representante direta. Entretanto, Kitana saiu-se muito bem: foi bastante clara ao dizer que a trégua, muito provavelmente, seria aceita, embora ela tivesse de confirmar com um superior.

Também deixou evidente, assim como Séraphine, que os caminhos das duas ordens são completamente diferentes. É claro que não me agrada a idéia de ter de me aliar a alguém que pretende dizimar a humanidade, mas... o que fazer? Ser contrária a eles num momento como este, tão delicado, seria tolice; melhor deixar para resolver as desavenças com os Olimpianos mais tarde.

– Respeito a posição de seu Senhor, Kitana. Entretanto, não compactuo com as idéias dele, o que não é segredo para ninguém. – suspirei levemente – Mas como disse Séraphine, falando de Ártemis, enquanto nossos caminhos trilharem para a salvação da Terra, melhor que estejamos lado a lado. Ao menos assim daremos mais trabalho a quem atacar-nos... – e sorri para esconder a preocupação. – Leve para seus superiores a proposta, e quando tiveres uma confirmação, avise-nos, por favor.– terminei, fazendo uma leve mesura.

Logo percebi que ainda tinha em mãos o presente que Kitana me havia dado. Desembrulhei-o com cuidado e, surpresa: uma coroa de louros - a planta sagrada para Apolo - de ouro. Era um trabalho magnífico.

– Ah... que lindo presente! Como podes dizer que uma das mais belas representações da vitória é algo humilde? – disse, tomada de consternação. De fato, os ícones da vitória chamam-me muito a atenção...

Os olhos cinzentos que permaneciam analisando Athena se voltaram para seus santos, analisando-os de forma rápida e breve, era óbvio que não importava como os lugares fossem distribuídos eles se sentiriam mais inibidos a colocar uma posição neste Concílio.

"Superiores, Athena-Sama?" questionou Kitana, mantendo seu tom tranqüilo. "Eu não mencionei que possuo superiores e não os tenho, pois em Delfos ninguém ocupa uma posição mais alta que a minha, atualmente. Porém, acho extremamente injusto eu falar em nome de meu Deus sem discutir com os outros devotos, assim como eu não aceitaria que qualquer outro enviado das terras de meu Senhor viesse nos representar e não levasse essa questão para ser debatida por mim e pelos outros fiéis, mesmo que esse enviado fosse a Pitonisa. Só O Luminoso pode falar por si mesmo, nós humanos e seus devotos meramente retransmitimos suas palavras de forma já subjetiva."

Ágatha não escondeu sua surpresa ao receber o presente e seu tom de voz era estupefato, a mestiça deu um leve sorriso para a reencarnação da Deusa da Guerra Justa, de alguma forma, já esperava essa reação, a reencarnação da deusa ainda não era acostumada a esses gestos.

“É humilde, pois o ouro não tem o mesmo valor que as pedrarias.” falou “E mesmo que não seja a irmã mais próxima do Senhor dos Oráculos, como a Deusa da Lua e da Caça, sei que ele gostaria de abençoar uma entre seus irmãos mais queridos, Athena O Mi Kami-Sama.”

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[i]*O Mi Kami-Sama[/i ]- forma xintoista/japonesa respeitosa usada para pronunciar o nome ou se referir aos deuses.

Convidado

– Me referia a seu deus, Kitana. Mas, do modo como falas, me parece óbvio que ele não está desperto... – disse, a voz a desvanecer-se, perdida em alguns pensamentos.

Porque alguns deuses demoravam mais no despertar?

Passou-me, nitidamente, a imagem de Odin, tão seguro de si, sabendo de todo o passado. Pensei que talvez fosse melhor ser como Apolo ou Ártemis, que provavelmente acordarão apenas quando tiverem claras dentro de si todas as lembranças do passado. Ao contrário de mim, tão cheia de dúvidas, tão perdida, e tendo que guiar um número considerável de santos para algo que eu ainda não tenho dimensão do que seja: uma guerra.

“É humilde, pois o ouro não tem o mesmo valor que as pedrarias. E mesmo que não seja a irmã mais próxima do Senhor dos Oráculos, como a Deusa da Lua e da Caça, sei que ele gostaria de abençoar uma entre seus irmãos mais queridos, Athena O Mi Kami-Sama.”

– Ah, não, não é o material que faz a peça tão cara a mim. O que me impressiona são os louros... – e meu olhar se perdeu na jóia. – De qualquer forma, sinto-me feliz por esta benção. – sorri levemente, voltando o olhar para a mestiça – Assim que possível, e se assim for do agrado de seu Senhor, irei a Delfos agradecer este magnífico presente. – leve mesura.

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Depois da breve conversa com a sacerdotisa Kitana, voltei-me para a dama do Submundo, que ainda não se pronunciara a respeito de tudo aquilo. Fitando-a com ar sereno, disse-lhe:

– E quanto a você, Pandora-Sama, o que me diz de tudo isso? Como acha que seu Senhor reagirá a minha proposta?

[presumindo uma resposta favorável de Pandora...]

"Senhora, se me permite a ousadia..." diz Vieno, de pé atrás de sua deusa, respeitoso; a voz baixa deixa claro que se dirige a Atena primeiro, embora ele não tome cuidados para evitar que outros o ouçam. "Deveríamos talvez nos importar também em investir em inteligência e investigação? O inimigo deve estar se preparando; creio que nos seja interessante saber o estado desses preparativos. Sabemos pouco sobre as forças dele, e menos ainda sobre o estado de Asgard. Estivesse o Pai de Todos aqui, ele poderia nos informar melhor sobre o que ocorre nas terras do norte..."

*Com uma de suas mãos acariciava o couro do servo que agredecia a caricia com sons baixos e grotescos. Os olhos da dama estavam distantes, ela fitava a mesa e parecia perdida em pensamentos.
Athena a chama de volta ao mundo e, em sinal de respeito a donzela ergue os olhos e retribui com um ligeiro sorriso.*

-Perdoem-me.. estava pensando.

*Kathleen suspira e retira a mão da cabeça do animal, ela apóia os braços sobre a mesa e fecha as mãos em frente ao rosto, como se fosse rezar. *

-Concordo com tudo o que dizem. O Submundo se encontra em uma desordem sem igual e qualquer ajuda de fora ou de dentro seria muito bem vinda. O erro dessa bagunça em que nos encontramos foi graças ao egoísmo de todos nós.
Sei que se o meu Sr. estivesse aqui ele daria total apoio. Contem com os poucos e fieis soldados de sua alteza caso precisarem de algo e eu garanto...farei tudo que estiver ao meu alcance nessa batalha contra este inimigo invisível que nos assola.

Convidado

Esbocei um sorriso ao ouvir as palavras de Kathleen. Parecia, realmente, interessada naquela trégua, o que eu imaginei ser a tradução do desejo do deus do Submundo. Por tanto tempo duelamos, ele e eu... Alegrou-me a idéia de não tê-lo, pelo menos desta vez, como inimigo.

– Obrigada, Pandora-Sama. Igualmente podem contar conosco. – disse simplesmente, ainda a sorrir, sabendo que muitos não aprovariam aquela frase. Como prometer tais coisas a quem tanto fez mal outrora?

Mas logo Vieno, pedindo a palavra, lembrou-nos de algo extremamente importante: como saber o que o inimigo tramava? A situação de Asgard era desconhecida pelos gregos, o que nos dava tremenda desvantagem, e Odin já não estava presente para nos auxiliar. Para resolver o problema, então, o prateado nos indicou o caminho: inteligência e investigação.

– Não é ousadia, Vieno... Todas as manifestações são bem-vindas. – falei delicadamente, fitando o cavaleiro. – De fato, este é um problema grande; mas, como bem disseste, podemos resolvê-lo investigando. Penso que esta investigação poderia ser feita no momento em que me dirigisse à Midgard, para realizar o tal juramento. Acredito que Rögnvaldr não se oporá à ida de uma comitiva até Asgard para fazer algumas averiguações... – suspirei, levemente.

– Embora eu pense ser perigoso demais para os guerreiros, é necessário que saibamos os passos do inimigo. Então... o que me dizem a respeito as representantes das demais ordens? E vocês, meus leais guerreiros, o que acham? Estaríamos nós preparados para tal? – terminei, passando o olhar pelos presentes, em busca de respostas à pergunta.

– Ah, não, não é o material que faz a peça tão cara a mim. O que me impressiona são os louros... – e meu olhar se perdeu na jóia. – De qualquer forma, sinto-me feliz por esta benção. – sorri levemente, voltando o olhar para a mestiça – Assim que possível, e se assim for do agrado de seu Senhor, irei a Delfos agradecer este magnífico presente

A fala de Athena parecia ser realmente sincera.

"Seria uma honra para nós receber sua visita, Athena-Sama." respondeu a mestiça.

Logo a seguir, ouviu atentamente a fala da representante do Submundo, concordava com ela, não adiantava ficarem repudiando ajuda numa hora tão delicada quanto essa, primeiramente, deveriam se manter unidos para que as Ordens sobrevivessem e para que o mundo não fosse destruído por um deus insano.

A sugestão de Ágatha seria completamente dispensável, se Odin houvesse permanecido naquela reunião por mais algum tempo, mas como havia decidido se retirar para cuidar de suas terras. Não possuiam outra opção, se não aceitar a idéia.

"Sou a favor, mesmo achando que Odin-sama poderia ter permanecido aqui e nos pouparia de passar mais tempo distante de nossas Ordens. Entendo a necessidade dele de permanecer em Asgard o máximo que puder, entretanto essa necessidade não é somente a dele", iniciou, pousando as mãos sobre a mesa e se levantando para que todos presentes a ouvissem, sem que precisasse elevar seu tom de voz. "Creio que todos representantes aqui presentes precisam retornar rapidamente para continuar a reconstrução e organização de suas terras. Irei ou enviaremos algum representante para acompanhar essa comitiva, mas preciso de um tempo para levar aos devotos o que discutimos aqui e porque, nesse momento, não posso me dar ao luxo de permanecer muito tempo longe de Delfos. Não temos muitos Anjos que defenderão as terras sagradas d'O Luminoso caso algo ocorra enquanto estivermos ausentes."

Ao final, sentou-se e permaneceu olhando os outros representantes e Athena, para que algum deles desse seu parecer sobre a situação e sobre a proposta da nova encarnação da Deusa da Guerra Justa.

Séraphine balança a cabeça, pensativa; reflete sobre Éfeso, sobre o templo arrasado de sua deusa, e o estado precário das estruturas. Olha para Kitana. "Se necessitar se afastar de Delfos, cuidarei para que suas terras não permaneçam desprotegidas. A julgar pelos rumores, creio haver sacerdotisas que podem servir como guias espirituais para os devotos em sua ausência; mas, caso vá pessoalmente a Midgard, soldados e mensageiros nossos poderão fornecer proteção e defesa para Delfos, e eu mesma irei ao socorro dos seus se necessário. Acredito que toda informação que venha do norte também chegará a Éfeso de qualquer forma, se irmãos forem os portadores dessa notícia. Assim, quero crer que apenas a presença pessoal de uma de nós seria necessária perante Odin."

Kitana ouvia atentamente a Séraphine, afinal, eram irmãs, podiam não ser de sangue, mas eram irmãs de Ordem, irmãs pela relação dos deuses a que serviam, sentia em seu coração o sentimento de fraternidade pela serpente.

"Aprecio sua sugestão, mas não quero privar uma irmã de algo tão importante quanto isso. Além do mais, preciso cuidar de alguns assuntos em Delfos." fez uma breve pausa, bebeu um gole d'água."Mas se for essa sua vontade, irei, Porém, se desejar ir, me encarregarei de providenciar a proteção de Éfeso e cuidarei pessoalmente de qualquer ameaça que surgir nas proximidades do território de sua Senhora."

Convidado

- Fico feliz em saber que aceitam minha proposta. - disse enfim - Porém, quanto ao assunto da defesa de territórios que não estão sob meu comando, prefiro não inteferir. - falei, julgando serem os assuntos de Delfos e Éfeso relativos às suas representantes - Bom será que cada uma de nós defina quem fará parte da comitiva, deixando, assim, o restante dos guerreiros na defesa de nossos locais sagrados.

Falei, em tom mais confiante. Por algum motivo vinha-me algo dentro do peito que inspirava-me coragem. Parecia que eu estava me acostumando à idéia de me lançar a desafios, e de fazer o mesmo a meus cavaleiros. Compreendia o perigo de ir a Midgard prestar o juramento, mas ia; entendia que aquela comitiva passaria por inúmeros problemas nas fronteiras de Asgard, me preocupava com a segurança dos guerreiros e...

... e mesmo assim não me importava em incitá-los a ir.

- Agora coloco algo mais para que resolvamos: o número de guerreiros que constituirão a comitiva e quando eles partirão. - disse, com semblante sereno. Parecia, realmente, que me acostumava a tratar daqueles assuntos, outrora tão distantes de minha realidade - Podemos, é claro, pensar melhor a respeito e decidirmos isso em outro momento, já que não há anjos, feras e espectros em grande número aqui. Seria mais justo que estas questões fossem decididas em presença deles, por afetarem diretamente a eles... Por outro lado, esta reunião é a melhor oportunidade que temos para resolver estes assuntos. - fitei as representantes, como se perguntasse a elas o que pensavam ser o melhor a fazer.

Assunto: Re: O Concílio Seg 9 Nov 2009 - 20:54

Pavel adentrava o Santuário pela primeira vez na sua vida. Então aquele era o lugar onde residiam os seus grandes inimigos, os Santos de Athena? Era realmente um local belo e que transmitia uma certa paz que a tempos o espectro não sentia. Alguns pensamentos chegaram a sua mente, vindos da época anterior a sua descida ao Submundo. Entretanto ele tratou de afastá-los rapidamente de sua mente e focou-se no que o havia trazido até ali.

Muito estranho isso. - pensou. - Nunca imaginei que as portas do Santuário seriam abertas aos espectros. É realmente esquisita essa idéia de um concílio. O que, afinal, seria discutido ali?

O Santuário logo pareceu a Pavel um labirinto e ele acabou se perdendo naquele emaranhado de caminhos. Depois de andar por um certo tempo na mesma direção, ele, já sem esperanças de encontrar o local do conselho, encontrou com alguns aspirantes. Colheu algumas informações com eles e descubriu o local onde seria realizada a reunião. A reunião seria realizada não ali no Santuário, mas em um jardim próximo ao mesmo. Um local afastado, onde os representantes da Ordens poderiam se reunir sem serem incomodadas. Assim, pôs-se, finalmente, no caminho certo e não tardou muito a encontrar o local da reunião.
Era um belo local aquele. Pavilhões e toldos brancos armados, com muitos bancos e mesas dispostos regularmente pelo gramado. Realmente aquele era um bom lugar para reuniões que precisem de discrição. O espectro ficou abismado com as instalações. Tudo em perfeita ordem. Algo realmente prazeroso de se ver. Sem contar a própria beleza do local, que já dispensava comentários.
No centro ele percebeu a presença de vários representantes de praticamente todas as Ordens. Perguntou-se quanto tempo estaria atrasado e o que perdera até ali.
Trajado em roupas normais, nada dava a perceber que era um espectro, o que, possivelmente ajudou-o a chegar ali.
Confuso com a situação, o espectro permaneceu parado junto à porta do salão, parecendo extremamente indeciso sobre se entraria ou não.
Nesse momento, ele ouviu as palavras de Athena:

– Embora eu pense ser perigoso demais para os guerreiros, é necessário que saibamos os passos do inimigo. Então... o que me dizem a respeito as representantes das demais ordens? E vocês, meus leais guerreiros, o que acham? Estaríamos nós preparados para tal?

O que aquilo significava afinal? Inimigo? Que inimigo seria esse? Seria esse o real motivo daquela reunião. Decidiu, então, aproximar-se dos representantes da ordens, mas não querendo atrapalhar a discussão em pauta, sentou-se em um local um pouco afastado dos demais. Seus olhos fitaram Pandora e o semblante de preocupação da mesma deixou-o ainda mais inseguro.

Que inimigo será esse, afinal? Por que tanto medo assim?

O espectro então decidiu esperar o desenrolar da reunião para ver se conseguiria as informações que respondessem suas perguntas.

Assunto: Re: O Concílio Qua 11 Nov 2009 - 21:08

"Não faço questão nenhuma de comparecer às terras de Odin; farei-o se não houver outra saída, contudo, e não tenho intenção alguma de lhe deitar ordem ou ultimato." replica Séraphine a Kitana. "Por isso minha proposta. Mas pensemos; quero crer que teremos ainda algum tempo para decidir, embora acredite que não haja mudanças significativas neste entretempo."

"Pode ser que nesse entretempo também cheguem novos escolhidos a Delfos e Éfeso, quem sabe; e assim poderemos ir ambas, ou enviar emissários de ambas as ordens." e volta-se para Ágatha. "Delfos e Éfeso podem ficar um sob a guarda do outro se necessário, por serem santuários menores e menos visados que o seu, ó Dama, e por serem anjos e feras ordens historicamente mais unidas; pelo menos a meu ver. Dos seus santos, poderá dispor de alguns para acompanhá-la sem que o Santuário fique desprotegido. O Submundo ninguém se atreveria a invadir, tampouco Atlântida atrairia olhos hostis." divaga, pensativa. "Não temos companheiros de ordem com quem possamos discutir no momento, creio, eu e Kitana. Acho uma boa idéia enviar emissários a Midgard. Quem, e quando?, gostaria de saber o que pensam a respeito."

Assunto: Re: O Concílio Qua 11 Nov 2009 - 21:36

Alli volta o rosto para Pavel, a expressão ilegível por trás da máscara; mas seu cosmo se acende levemente, uma chama gentil, suave, na falta de um sorriso visível. "Bem-vindo. Junte-se a nós, espectro; hoje é um convidado." diz em voz baixa. A frequência do cosmo do espectro era tão diferente de um santo, ou de outra ordem, e tão similar à de Pandora que ela tem poucas dúvidas.

Assunto: Re: O Concílio Qui 12 Nov 2009 - 10:15

"Pois bem, então, irei às terras gélidas de Odin... Já que uma irmã se disponibiliza a cuidar de Delfos enquanto me ausento. Por hora, serei a representante dos Senhor do Sol e da Senhora da Lua, da melhor maneira que for possível." a sacerdotisa de Apolo sorri para Séraphine. "Mesmo assim terei de retornar brevemente até as terras d'O Luminoso para me preparar para essa jornada."

"Não acredito que seja pertinente adiar essa decisão por não haver anjos e feras presentes. Pode ser que alguns aprendizes tenham chegado a Delfos nesse meu período de ausência, pode ser que não. Como você mesma disse, Athena-sama, esse é o melhor momento para tomarmos essa decisão e não posso ficar aguardando o surgimento de mais guerreiros na minha Ordem, até porque não posso lhe dizer quando isso acontecerá, pode ser que já haja alguém lá, pode ser que demore meses..." respondeu a Athena. "Mas e você, Athena-sama, quantos guerreiros pretende levar na comitiva, ou deixará para decidir depois?"

Convidado

Enquanto percebia um espectro adentrando o local da reunião, pensei por um instante sobre o que disse Séraphine. Realmente as ordens de Éfeso e Delfos são mais unidas, o que pode me trazer problemas futuros...

“Não é hora para pensar tais coisas”, refleti. “Melhor resolver o problema mais urgente, por ora.”

Virei-me para a sacerdotisa de Éfeso e disse-lhe:

- Acredito que uma ou duas semanas sejam tempo suficiente para que juntemos os guerreiros necessários para essa comitiva. Não sei quantos guerreiros virão de suas terras, ou mesmo se virão, mas acredito que não demorem tanto tempo para se prepararem. Além do mais, é interessante que façamos essa viagem logo. Não podemos perder mais tempo... Agora quanto aos que irão... - e voltei meus olhos por um instante para os cavaleiros ali presentes - não saberia dizer neste momento. Preciso pensar melhor a respeito.

- Agora, com relação ao que me perguntaste, Kitana... - disse, voltando-me desta vez para a mestiça - não tenho certeza de quantos dos meus guerreiros levarei às terras de Odin, mas acredito que para uma missão como essa 6 ou 7 bons guerreiros, tirados de todas as ordens, sejam mais do que suficientes. Por ter um contingente maior, sei que de minha ordem sairão mais santos, mas espero que os outros Santuários enviem pelo menos um bom guerreiro... - disse, sincera - Não sou tola de enviar a maior parte de meus cavaleiros à Midgard, deixando Rodório e o Santuário desprotegidos.- completei.

Assunto: Re: O Concílio Dom 15 Nov 2009 - 13:19

Pavel continuava atento à discussão... No momento Athena e, ao que lhe parecia, uma sacerdotisa de Apolo, falavam...
O espectro ainda continuava intrigado com o que acontecia naquela reunião.

Que péssima mania a minha de chegar atrasado... Agora estou "boiando" aqui... - pensou com ravia de si mesmo.

Nesse momento, ele ouviu uma voz se dirigindo a ele...

"Bem-vindo. Junte-se a nós, espectro; hoje é um convidado."

Ao ouvir as palavras de Alli, o espectro levantou-se do local onde havia se sentado, aproximou-se e sentou-se próximo a ela... Iria aproveitar-se da deixa da amazona para, finalmente, ficar a par do que estava acontecendo...

Perdão, mylade... - falou com mesura para a amazona. - Estou percebendo que os representantes estão discutindo sobre um inimigo... Que tipo de inimigo seria esse? Porque querem fazer uma comitiva para ir a Midgard? Não é lá que fica o reino de Odin? Seria Odin o nosso problema?

O espectro falava baixo, quase sussurrando, para que sua voz não fosse ouvida pelos presentes e não atrapalhasse a reunião em curso. Realmente ele estava confuso. Não conseguia ainda entender que tipo de discussão acontecia ali. E o Inimigo? Quem seria? Ou o que seria? Achava que a amazona poderia tirá-lo aquela confusão.

Assunto: Re: O Concílio Sex 20 Nov 2009 - 12:12

"Não; o inimigo, até onde entendo, é Loki. Odin estava aqui até pouco tempo, e pelo que compreendi a sua intenção para conosco é suficientemente amistosa. A comitiva rumará para Midgard para reiterar uma possível aliança, e para conseguir algumas informações a respeito de Loki e dos Aesir e Vanir que nos atacaram no passado - afinal, Asgard é mais próxima de Midgard do que da Grécia." replica Alli, mantendo o mesmo tom baixo.

Ainda de pé atrás de Atena, Vieno olha para o chão, pensativo. Mas os grandes ainda falavam, e em sua posição, pouco acima de um soldado raso, não os interromperia.

Assunto: Re: O Concílio Dom 22 Nov 2009 - 14:42

Do longínquo ponto onde se encontrava, devido a necessidades causadas pelo vinho e pelas frutas que ha pouco ingeriu, ele voltou envergonhado, e ficou em um canto do grande salão ouvindo o debate que prosseguia.

Um ponto lhe interessa profundamente, não que os demais assuntos fossem importantes, mas esse em especial, proteger sua Deusa em terras distantes. Seu dever, como Santo de Ouro.

“Se me permite minha Senhora” Falou firme, mas gentil com sua Deusa, ao interromper a conversa. “Eu me prontifico a ir como seu protetor”. Calou-se esperando a resposta.

Assunto: Re: O Concílio Dom 22 Nov 2009 - 14:54

Pavel ouve, atento, enquanto Alli fala, tentando não perder nenhum detalhe. Quando a amazona termina, o espectro afunda na cadeira onde estava absorto em pensamentos.

Então, era Loki o inimigo. E Odin estava no nosso lado. Ou pelo menos aparentava. Mas por que ele havia saído da reunião assim tão cedo? Por que não esperou até o fim? - pensava o espectro.

As coisas estavam confusas para o espectro. Por que um suposto aliado sairia assim sem que fosse decidido nada? Isso não entrava na cabeça do espectro. E haviam ainda os problemas do submundo. Por enquanto o contingente de espectros não era suficiente nem mesmo para proteger-los de um ataque, quanto mais sair em expedição junto com os cavaleiros de outras ordens atrás de Odin. Achou melhor continuar atento à discussão e esperar a decisão dos deuses e representantes.
Olhou para sua senhora sentada, absorta em pensamentos. Se Pandora mandasse ele não hesitaria mesmo em morrer. Achou melhor esperar a posição dela para saber como iria agir.

Última edição por Athena em Sáb 2 Jan 2010 - 23:12, editado 2 vez(es)

“Eu me prontifico a ir como seu protetor”

Lancei um olhar tristonho na direção do cavaleiro de Áries. Mesmo sabendo que meus santos sabem cuidar de si mesmos era difícil para mim deixá-los ir, porque eu entendia os riscos da viagem. Diferentemente de mim, que terei outras chances de voltar e “manter o mundo em ordem”, esses homens e mulheres a meu serviço só têm esta existência para combaterem por seus ideais. E se morrerem por minha culpa e não conseguirem atingir seus objetivos? Deixarei eu que suas mortes sejam em vão?

- Agradeço a gentileza, Hezequiel, e realmente admiro a sua presteza, mas... eu não posso permitir que um cavaleiro como tu seja um guarda-damas. Esta comitiva serve para descobrir os planos de Loki e, se possível, acabar com eles a tempo. Não posso deixar que um guerreiro tão habilidoso faça essa viagem apenas para guiar-me. Eu sei que pareço indefesa. Porém, nesse caso específico... posso me cuidar. Rögnvaldr não seria tolo em atacar-me. Não agora...

As últimas palavras saíram de minha boca num tom quase debochado, de quem se acha realmente mais forte do que o oponente. Entretanto, serviram apenas para esconder outro temor que tinha: e se Odin resolvesse voltar-se contra nós?

– É por isso, cavaleiro de Áries, que o convido sim a fazer esta viagem, mas como integrante da comitiva que apurará os projetos de Loki. Se aceitares, ficarei extremamente grata. – disse, dedicando-lhe uma leve mesura.

– Contudo, – continuei, voltando-me para as representantes – volto a dizer que é necessário que tenhamos mais guerreiros nessa empreitada. É difícil determinar quem irá ou não, então proponho que nos recolhamos a nossos santuários e usemos o tempo de uma semana para pensarmos melhor a respeito. Da mesma forma que as comuniquei desta reunião, entrarei em contato notificando-lhes os guerreiros que partirão de minha ordem, e esperarei igualmente a resposta de vocês. Quando tivermos os guerreiros determinados, acredito que já poderemos partir. O que me dizem? – terminei, esperando que a reunião, que tornara-se extremamente longa, chegasse ao fim.

Por que isso? É meu dever, minha obrigação se necessário dar minha vida por ti, pensou enquanto há observava sem mudar sua expressão. Ouviu atentamente, não há interromperia até ter certeza de que poderia falar, mas.. em sua mente retrucava cada palavra, afinal ele nasceu para aquilo, se dispôs aquilo estava pronto para aquilo e realmente gostaria de ir e se necessário mostrar seu valor como guerreiro.

“Ele não viveria mais um dia se tentasse” Falou baixinho, fechando com força os punhos. Mas as palavras de Athena o fazem sorrir, ainda que um sorriso contido. Continuou a ouvir, esperando que ela terminasse. Ele não precisou falar mais nada, sabia que ela viria o seu sorriso contido, e aquilo servira de resposta.