Oinos

-Melanie aceita as desculpas e concorda, sim sim! - sorri, angelical - Viemos até aqui para proporcionar bons momentos ao nobre caçador, e assim deve ser! - volta-se para Órion, que se encontrava totalmente entregue à mariposa - Senhor caçador, o que podemos fazer para agradar-lhe? Dançar, talvez?

Órion observa Séraphine por um instante, perguntando-se a respeito do torpor de fúria que havia desaparecido nela. Para onde foram aquelas coisas, que despertaram em Órion o desejo de caçá-la? Talvez, no fim das contas, fosse melhor que aquela animosidade desaparecesse. Mas isso não o impediria de convidá-la, noutra oportunidade, para caçar...

"Ora... Tenho certeza que sabes o que fazer para agradar-me", disse a Melanie, sem a intenção de facilitar o processo para ela. Se seu desejo é agradá-lo, então terá de usar a própria criatividade. Ao mesmo tempo, perguntou-se se Séraphine partilhava do mesmo desejo. Enquanto respondeu, continuou a acariciar o corpo de Alexandra. Não sabia exatamente o quão longe podia ir na brincadeira e preferiu não arriscar, para não arruinar aquele raro momento onde um caçador se entrega aos prazeres...

As tensões se aliviaram e isso foi facilmente percebido pela mariposa, não sabia se Séraph havia realmente cedido, ou apenas controlado seus instintos, mas não importava mais, sorriu ao ver a doçura como sua bela serpente tratava aquela delicada ninfa.

Alex percebeu a exitação do caçador em seus toques, a reação inesperada da francesa fez xom que ele se contivesse, o que não agradou a mariposa, por isso a grega começou a ousar nos toques, descendo as mãos até os musculos do abdomem, dando especial atenção as regiões que provocavam prazer no caçador.

"Quanta convicção em três estranhas, belo caçador", sussurou no ouvido de Órion.

"Borboletas juntam-se aonde há mel." sussurra Séraphine para Órion, os olhos azuis por trás dos cílios semicerrados. "Ofereça-lhes a doçura das flores, e elas sempre retornarão a seu jardim."

Dois passos; ela desliza por trás de Melanie, enlaçando-lhe a cintura, beijando-lhe o pescoço levemente. "Que acha de entretermos nosso ilustre convidado juntas, então? Cuidemos de sua mente, enquanto a querida Alexandra lhe cuida do corpo." diz ao ouvido da garota, sorrindo para Órion e Alexandra.

-Ah... - ofega e arrepia-se de leve ao toque dos lábios de Séraph em seu pescoço; inclina a cabeça para o lado um pouco, involuntariamente, dando mais espaço à serpente, como se disesse "pode beijar mais" - Se acha que vamos agradar o senhor caçador assim... - sussurra de volta para ela, limitando-se a pousar as mãos em cima das que estavam à sua cintura, novamente corada.

"Não há como você não agradar a alguém, chérie." Séraphine desliza a mão pelo braço de Melanie, levantando-o junto do seu próprio, os lábios beijando-lhe o pescoço ainda. "E que homem* não gosta de uma boa mostra de dança?"

Ela gira Melanie, segurando-a de frente, uma mão na cintura, a outra segurando sua mão, como na pose clássica de tango em que a mulher curva o corpo para trás. Curva-se sobre ela, beijando-lhe o peito acima dos seios. "Aceita esta dança, minha bela?" sussurra.

Gentilmente, Órion tenta colocar Alexandra em seu colo. Queria envolvê-la com os braços e assistir à dança de Melanie e Séraphine. A posição atual da mariposa, nas suas costas, dificultava a tarefa. Todavia, não o faria caso Alexandra oferecesse resistência.

Ao mesmo tempo, imaginava o que exatamente gostaria. Queria caçá-las e apossar-se delas, ainda que esta posse não seja perene, mas transitória... Queria mostrá-las como é o mundo sob os olhos do aéreo falcão, queria levá-las para o campo de caça e dividir com elas a excitação do processo, queria arrancar um pedaço delas para guardar como lembrança e queria que elas levassem um pedaço seu para não ser esquecido... É com estes pensamentos que Órion procurou envolver e encasular Alexandra e assistir a dança que Séraphine e Melanie ensaiavam...

A mariposa branca deixou-se ser conduzida pelo caçador e se acomodou em seu colo. Também prestou atenção em Séraphine e Melanie, gostava da maneira como elas se relacionavam, além de apreciar a arte da dança, ainda mais o tango que possuía uma sensualidade elegante, deixando de lado os apelos a vulgaridade de outras danças.

"Respondendo a sua pergunta, Órion, meu querido... Séraph está certa... As mariposas pousam onde há flores, mas ainda há um adicional! Os frutos também nos são muito atraentes, muitas vezes, mais atraentes que as flores! Não vivemos ou nos interessamos pela caça... Preferimos nos alimentar e voar livre para onde quisermos.", a voz de Alex era carregada de sensualidade e frivolidade.

Melanie limita-se a acenar com a cabeça, totalmente entregue às carícias de Séraphine; deixa-se conduzir, então, pela serpente, por vezes até fechando os olhos, deliciando-se com o momento mais do que poderia imaginar.

Quando sugerira dança, imaginara algo totalmente diferente. Pensara em dançar ela, sozinha, como tantas vezes fazia, como lhe era de costume, direito e obrigação; dançaria com leveza, suavidade, imaginando-se ao som de sinos, harpas, até, inspirando a calma e a sabedoria, como lhe era ensinado e como tanto gostava. Ainda assim, a ideia de Séraph era magnífica. Deixa-se levar, os movimentos fluindo naturalmente, exímia dançarina que era, sorrindo abertamente. Estava girando e girando com sua amada, fazendo-a feliz, e fazendo outras pessoas felizes também. Assim esperava.

Estivesse sozinha, Séraphine teria impresso seu próprio ritmo, vigoroso e extático em contraste com a beleza e delicadeza quase etéreas de Melanie. Mas estar com ela significava, entre outras coisas, aceitá-la como parte de si.

"Voe, minha querida..." sussurra-lhe ao ouvido, tomando-a pela mão. Que Melanie guiasse a dança desta vez, e Séraphine a seguiria, seu apoio e sua parceira.

Melanie respira fundo uma, duas vezes, concentrando-se, corando novamente, e então retoma a dança, desta vez no papel do homem. Conduz a amada num ritmo um tanto acelerado, sabendo que a dança de Séraphine normalmente era mais vigorosa, querendo assim agradar-lhe e tornar o momento ainda mais prazeroso. Para Mel, não era difícil; havia sido experimentada em todos os tipos de movimentos. Apenas preferia a música da harpa, calma, inspiradora, tranquila, sensual a seu modo.

Mas amar significa, acima de tudo, querer ver a outra feliz, e era assim que Mel se sentia. Por isso, tentou ao máximo imitar o ritmo dela, tendo um resultado satisfatório, esperando que assim ela voltasse a sorrir. - Que tal? - pergunta, numa voz rouca, envergonhada, para todos ali presentes.