A Pousada

Alojada confortavelmente entre as árvores como se tivesse crescido junto com elas, a casa de madeira é pequena e simples, decorada com entalhes esculpidos à mão com muita paciência. Erguida e construída pelos próprios moradores, irradia uma aura agradável, aconchegante. À entrada, uma placa cuidadosamente gravada:



A qualquer momento do dia a casa está aberta para visitantes; na maior parte do tempo pode-se encontrar pelo menos um dos três irmãos nos afazeres corriqueiros ou trabalhando, cada um em seu ofício.

Spoiler:

Os passos lentos quebravam as folhas secas e quebradiças. O barulho chamou a atenção de alguns pássaros, acostumados com o silêncio. Apenas o canto das aves era ouvido naquele lugar, era tão tranqüilo e refrescante.

Daros estava vestido com uma camisa branca, calça azul clara e sapato preto, com um longo sobretudo branco. Em suas costas estava apenas a urna e sobre a mesma uma pequena mala preta, amarrada por uma corda.

Aproximou-se da porta, batendo levemente; ficou esperando ser atendido.

"... Olá?"

Passos leves lá dentro. Alli abre a porta; embora de vestido e não armadura, está de máscara, como sempre. Rápida leitura de cosmo para não errar o nome do visitante...

"Hm... senhor Daros, correto? Por favor, entre, fique à vontade." diz, acenando vagamente para dentro. Uma mesinha redonda, cadeiras almofadadas, cheiro de doce no ar. "Vieno saiu, e Aulis está terminando a torta..."

Daros abriu um singelo sorriso. Com lentidão deu o primeiro passo na pousada, observando tudo. A mesa e a pousada pareciam bem simples e aconchegantes, principalmente para acalmar. Deu mais alguns passos, esperou a porta ser fechada e mais alguém se pronunciar. Não iria sair sentando e se acomodando assim, do nada.

<Aulis, visita!>

<Hã?> o rapaz estica a cabeça de trás de um biombo e abre um sorriso. "Ah! Olá! Por favor, fique à vontade, pode tirar o casaco e se sentar! Quer tomar alguma coisa? Temos torta de maçã e canela, mas está muito quente!"

Volta para o doce, mas continua falando. "Senhor... Daros de Gêmeos, né?" e vem, carregando uma grande travessa cheia como se fosse uma almofadinha de penas. "É uma honra ter o senhor na nossa casa!"

“Só Daros, senhor não cabe bem para alguém da minha idade.” Disse o rapaz, sorrindo e tirando a urna das costas, colocando-a próxima a porta. “E aliás, adoro tortas.” Comentou, sorridente.

Alli senta-se na cadeira ao lado, enquanto Aulis alcança copos na prateleira depois de deixar a torta fumegante na mesa. "Então, Daros! Que bom, o Santuário é sempre tão sério." e coloca os copos diante deles. "O que quer tomar?"

"É..." Fala enquanto se aproxima, um pouco sem jeito. "Eu não quero abusar, mas gostaria muito de um refrigerante bem gelado.” Complementou, dando uma rápida risada.

"Certo!" Aulis vai buscar, deixando Alli e Daros a sós por um instante...

“Então são os três santos irmãos do santuário?” Indagou Daros, puxando assunto, com as mãos no topo das costas da cadeira, observando a amazona.

"Esta é nossa fama?" a voz de Alli deixa transparecer um sorriso. "Sim, somos nós."

Lá fora começa a garoar de leve...

O rapaz sorri e se prepara para falar, quando percebe a garoa. "O tempo aqui é bem ameno e fresco, né?" Reparou, enquanto olhava para a porta por onde Aulis saiu.

“Gosto muito de lugares frescos assim.” Comentou o rapaz, sorridente. “Me conte sobre vocês, como criaram essa idéia de pousada?” Perguntou, puxando delicadamente a cadeira e sentando.

"Ah, é coisa do Vieno." Alli deixa escapar uma risada. "Só íamos fazer uma casa pequena para morarmos, trabalharmos um pouco também. Mas ele insistiu em ter um lugar para receber os outros, um refugiozinho nessa vida atribulada que todos levamos. Daí veio a idéia de deixarmos a casa aberta, sempre pronta para oferecer um pouco de descanso e amizade."

Siipi escreveu:

"Ah, é coisa do Vieno." Alli deixa escapar uma risada. "Só íamos fazer uma casa pequena para morarmos, trabalharmos um pouco também. Mas ele insistiu em ter um lugar para receber os outros, um refugiozinho nessa vida atribulada que todos levamos. Daí veio a idéia de deixarmos a casa aberta, sempre pronta para oferecer um pouco de descanso e amizade."

"Eu adoraria trabalhar. Antes de me tornar dourado tinha uma loja, desde então fui poucas vezes para lá. Também tenho uma casa, mas quase não a vejo. Ser dourado é ainda pior, temos que ficar de guarda nas nossas moradas direto e não tem ninguém para nos substituir um dia ou outro. Não podemos ficar muito tempo longe de lá." Disse o rapaz, com um tom pensativo.

"Desculpe a curiosidade, mas trabalhava com o que?" Alli se ajeita na cadeira, as mãos nos joelhos, os cabelos negros emoldurando a máscara prateada. "Deve ser muito difícil ser da guarda de elite da Deusa, sob todos os aspectos. Admiro muito os santos dourados!"

"Minha loja tinha de tudo um pouco, mas adorava colocar coisas como pedra bonitas, flores e coisas chamativas sabe." Daros ajeitou a cadeira para ficar de frente para a amazona. "Eu admiro mais a vocês do que alguns daqueles dourados." Comentou o santo, rindo.

Ela ri seu riso leve, curiosa. "Mas por que? Não fazemos nada de mais."

"Porque você é a mais linda das amazonas, minha querida." Vieno entra sem se anunciar, cabelos e roupas úmidos da garoa, carregando uma cesta fechada com esforço. Passa um braço pelos ombros de Alli, dando-lhe um beijo estalado na cabeça, e volta-se para Daros, sorridente. "Olá, senhor Daros; vejo que já está acomodado. Aulis chegará em breve com a bebida, se não esqueceu aonde colocamos. Como está?"

O santo lança um sorriso para Vieno, principalmente quando o mesmo fala sobre a beleza de Alli. "Estou bem e você?"

Vieno pisca para Daros. "Muito bem, obrigado! E olhe o que vai falar para minha irmãzinha do coração, senhor Daros; ela é uma flor entre pedras, mas até as mais belas rosas têm seus espinhos." brinca, acariciando os cabelos da menina com carinho. "Se me permite, voltarei logo, preciso colocar estas coisas lá no fundo." e se retira.

Alli balança a cabeça. "... ahm."

“Seus irmãos se preocupam muito com você. São bem ligados, não é?” Reparou o rapaz, olhando Vieno partir.

"... eles se preocupam demais." responde ela, lentamente. "Talvez mais que o necessário. Mas, sim, nos queremos muito bem." e dá seu sorriso invisível.

Aulis chega, finalmente, uma garrafa de vidro numa mão, jarra de água na outra. "Desculpem a demora! Tinha colocado no fundo e esqueci." e serve Daros primeiro, depois a si e à irmã, e conduz-lhe discretamente a mão até o copo.

"Não se preocupe." Disse Daros. "Alli me distraiu esse tempo todo." E deu uma silenciosa risada.

Levou o copo até a boca, fazia tempo que não tomava aqueles refrigerantes tão gostosos. O cheiro da torta estava ótima, Aulis realmente era um bom cozinheiro, pelo visto.

"Então, quem nasceu primeiro? Não poderiam ter saído os três juntos no mesmo minuto ou segundo. Poderiam?" Perguntou o dourado, colocando o copo novamente na mesa, ainda pela metade.

"Coitada de nossa pobre mãe! Não, Aulis aqui foi o primeiro; é quase uma hora mais velho que eu." responde Alli, enquanto Aulis passa uma mão por cima do doce, sentindo a temperatura. Satisfeito, corta um pedaço generoso [o recheio ainda fumegante] e o coloca num prato, que oferece a Daros.