Delfos - Sons da Meia Noite

Delfos é o local do Deus Sol. Do belo Apolo, da poesia, da arte, e de outros infinitos epítetos. Porém Delfos encontra-se na Terra, e por isso está sujeita aos ciclos das estações, dos meses, dos anos, e até das horas.

Então, tudo começa meia noite, em Delfos.

A Pitonisa dorme. E seus sonhos trazem revelações sombrias.

Ela caminha, por uma caverna mais antiga que o tempo. Levanta uma das mãos para os céus, e uma das mãos para um tomo, a sua frente. O tomo que ela teve que matar centenas de deuses para obter. O único caminho para libertar os "Esquecidos". As páginas viram sozinhas, e a linguagem é compreensível apenas na lógica peculiar dos sonhos, mas sabe-se que as letras são há muito esquecidas da memória da humanidade.

Por um momento, ela para para pensar na ousadia de seus planos. De fazer o que nenhum mortal jamais sonhou.

Pensamentos esses que duram menos de um segundo, visto que ela tira uma adaga de sua cintura, e em um único movimento, trespassa sua mão. O sangue quente e negro goteja sobre o livro, e começa a assumir formas rúnicas ancestrais, dobrando, contorcendo, brilhando.

Está próximo... tão, tão próximo...

Kitana acorda, de súbito, em seu leito.

Seria esse sonho real?


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Em outros locais de Delfos, nas casas dos Tesouros, há uma grande movimentação. As pessoas correm de um lado ao outro, levando notícias.

"Parece que a cidade de Atenas foi varrida do mapa", diziam alguns, e outros "o terremoto destruiu algumas das casas da vila! Jamais vimos nada igual!"

E os boatos correm, e são aumentados, ouvidos, e cabe a quem aqui está decidir se é verdade ou não.

Apesar da fisionomia tranqüila e da respiração compassada e calma, os sonhos de Kitana estavam longe do que aparentavam ser.

Quem era aquela pessoa que emprestava sua perspectiva a Pitonisa de Apolo? O que ela estava fazendo? Que caverna era aquela tão antiga quanto o próprio tempo? “Esquecidos”? Sim ela já ouvira esse nome, mas algo estava errado. Que livro era aquele que abria suas páginas mais secretas a ela? Sangue negro? Runas?

Tudo estava muito suspeito, a consciência da sacerdotisa alertava-a de que não era um pesadelo qualquer ou um sonho comum, esse era quase que uma previsão do futuro, ou do agora, não sabia dizer. Mas quando estava tão perto de desvendar o mistério daquele sonho, sua mente lhe prega peças e a desperta, tirando-a daquela caverna e trazendo-a de volta para seu quarto em Delfos.

O que estava havendo? Não sabia dizer, mas seu primeiro impulso foi se levantar e se dirigir até a escrivaninha de madeira simples, pegou uma folha de papel e uma caneta e rapidamente escreveu seu sonho, não podia perder um detalhe sequer. Pegou o papel em mãos, um robê para lhe cobrir da friagem e saiu de seus aposentos sem se importar com o quão apropriadas eram as vestes que trajava nesse momento.

Precisava encontrar uma sacerdotisa, qualquer uma, um acontecimento desses merecia cuidados maiores, precisava chamar a fiel e sábia Atanásia e, até mesmo, o perspicaz Anjo de Telus, pois esse sonho não era nem um pouco normal.


[Sorry... Me empolguei um pouquinho... ^.^"]

Do lado de fora, o frio da madrugada bate como um convidado indesejado.

Por sorte, do lado de fora está Atanásia, chamada de sábia, com uma xícara de chá esperando, recostada na parede ao lado da porta.

"Imaginava que levantaria em qualquer instante. O chá ainda está quente, para aquecer seu corpo e clarear sua mente. É um preparado de ervas especial, que manterá vivas as recordações do sonho."

Antes que Kitana pudessa dizer algo, ela responde com um sorriso sereno.

"As estrelas me disseram que logo se levantaria, com algo importante a contar. E que pediria por meu auxílio."

Lá estava ela, suas preces, como sempre, foram atendidas por Apolo.

"Imaginava que levantaria em qualquer instante. O chá ainda está quente, para aquecer seu corpo e clarear sua mente. É um preparado de ervas especial, que manterá vivas as recordações do sonho."

"Arigatô gozaimashita, Atanásia-san.", agradeceu em sua língua mãepegando a xícara quente nas mãos e tomando um pequeno gole.

Sim, aquela bebida deveria ser mágica, mesmo! Aquelas imagens sombrias do sonho não lhe escapavam a memória, tão nítidas quanto a imagem do mundo banhado pelo Sol da manhã.

"As estrelas me disseram que logo se levantaria, com algo importante a contar. E que pediria por meu auxílio."

Mais alguns goles, o calor da xícara lhe esquentava as mãos.

"Sim, Atanásia-san, tive sonhos agitados, as imagens me atormentam até agora... Vi algo neles e não é nem um pouco bom...", apesar do som tranquilo e de estar calma, a gravidade da situação era transparente.

E com essa preocupação clara que a Pitonisa narrou cuidadosamente seu sonho para sua companheira de sacerdócio, tomando o cuidado de não deixar que nem um detalhe escapasse, após encerrar sua narrativa chamou uma sacerdotisa de um posto mais baixo e pediu a ela que chamasse Blake de Telus com urgência em sua morada, ele precisava ter conhecimento sobre aquela visão.

"E então... O que acha dessa... VIsão que tive?", perguntou para Atanásia, considerava a opinião dela muito importante.

A sacerdotisa encarregada de convocar Blake se foi.

"Blake de Telus logo estará aqui..."

Anastásia ouve a narrativa, por vezes colocando a mão no queixo, inquisitiva.

"Bom... De fato parece um ritual... Mas a palavra "Esquecidos" parece ser a chave... O que imagina que seja, milady?"

Kitana pensou por um tempo, aquilo lhe era familiar, havia lidoalgo em algum de seus preciosos livros, uma luz brilhou em sua memória enquanto acabava com o chá e mantinha a xícara morna entre suas mãos.

"São tão antigos quanto o Tempo, tão antigos quanto a cultura Helênica... Mas foram selados, não sei ao certo por quem e o porquê, sei que são muito poderosos."

Mais uma pausa, tentava se lembrar de quem eram os "Esquecidos", sabia que havia algo de errado a resposta estava bem debaixo de seu nariz, sentia isso, até que uma palavra se passou por sua memória.

"Jötnar... Jötun... É isso!"

A mestiça falava consigo mesma, agora tudo fazia sentido, aquela visão lhe pareci tão óbvia.

"Os Esquecidos são os Jötnar, li isso na Edda Poética, Atanásia-sama... Alguém os libertou de seu mundo de gelo e rochas ou os libertará... Mas, por quê?"

Eis que surgia mais uma questão, porque alguém os libertaria, qual seria o propósito? As informações pareciam, por hora, insuficientes para por um fim naquela charada.

"Eu tive um sonho estranho... Não sei ao certo se era premonitório, mas me parece mais um aviso pelo que me diz agora...", diz ignorando a brincadeira de Blake.

"Blake-san, sonhei com uma caverna mais antiga que o próprio tempo... Com uma pessoa pingando sangue negro nas páginas de um livro escrito nas línguas já esquecidas, como num ritual sombrio... Esse era o despertar dos Esquecidos, chamados pelos povos do Norte de Jötnar, os gigantes. Me pergunto agora o porquê... por que alguém teria interesse no despertar deles e quem teria interesse.", contou ao inglês.

"Eu gostaria de ver o que acontece em Athenas, mas acho que é mais importante cuidarmos de nosso povo, não? O que acha, Blake-san?", perguntou.

Apesar de ser a Pitonisa de Delfos, ainda tinha seu intuíto democrático, afinal, boas idéias sempre surgiam dos mais variados lugares e até mesmo ela poderia pedir ajuda as vezes.

Allen estava dentro de sua morada jogando video game. Não era tão tarde e, que soubesse, não estava acontecendo nada muito importante na Grécia no momento, por isso podia ficar acordado irresponsavelmente aquela hora da noite em sua casa.

- Oh Yes, new record! Who is the best?! Who is the best?! Who is the... - Foi quando houve a movimentação que havia nos Tesouros. - Mas que catzo de barulho é esse a essa hora do noite? - Disse enquanto ia para fora.

Ele via varias pessoas correndo para lá e para cá gritando que Atenas foi completamente destruida. WOW isso era novidade. Ele entrou de volta correndo colocando uma roupa qualquer, que no caso era uma bermuda e uma regata, e saiu correndo para ver Kitana.

Chegando lá ouviu Telus contado o ocorrido à sacerdotisa. Ele espera esta se pronunciar para mostrar que estava presente.

-My priestess - reverencia à Kitana e à Atanasia, a qual considerou ser uma sacerdotisa também. - Telus. - cumprimento com a cabeça - Para mim, isso tem cara de premonição. Essas coisas não são coincidencia. É sempre assim, a gente houve que um lugar foi destruido e então a pessoa mais importante de um lugar, no caso our priestess Kitana, teve um sonho sobre coisas terriveis e monstros e por ai vai. Pelo menos nos filmes são assim e os filmes se baseiam em algum lugar. Entendem o que eu digo? Acho que isso é algo mais.