A viagem à Midgard

Meu pai acompanhou-me até o porto. É um lugar sujo, impregnado por odores ruins... Até a água tem um cheiro estranho. Muitos navios atracam e partem, trabalhadores correm para todos os lados carregando e descarregando mercadorias, malas e tudo mais que se possa imaginar. Confesso que me impressionou ver toda aquela sujeira. mas o que me tocou realmente foi ver a quantidade de pessoas mendigando no Pireu: pessoas realmente pobres, sem esperança alguma de mudarem suas vidas. Muitas andavam ou arrastavam-se submissas, de cabeça baixa, estendendo a mão aos que passavam; outras tantas gritavam aos céus, dizendo que os deuses os haviam abandonado.

"De fato... abandonamos", pensei eu, consternada. Continuei a caminhada até o navio que nos levaria, Heitor seguindo-me de perto carregando uma pequena mala que levaria às terras nórdicas. Deveria estar preparada para o frio, afinal.

- É aquele.

Apontei para o navio, mostrando-o a Heitor. Chamava-se "Stavros". Convidei-o para chegar mais perto... Fomos caminhando, até que o capitão desceu para nos receber. Trocamos algumas poucas palavras e depois ficamos os três ali, muito quietos, esperando que os demais passageiros viessem. O barulho das embarcações, das águas, da gritaria dos marinheiros e pedintes, isso foi o que nos encheu os ouvidos.

*Zothar estava a caminho do porto, e ao chegar ao local, percebeu que o local estava sujo, e não tinha um cheiro agradável, ignorando isso, ele também via as pessoas no chão, pedindo esmola algo terrível de se ver, por outro lado, também no mesmo local se encontravam pessoas trabalhando, descarregando, e carregando coisas por todos os lados.*

//Midgard... As terras geladas comandadas por Odin, e de certa forma minha terra natal. Eu pensava que poderia evitar ir para essas terras, mas como eu tenho uma missão a cumprir, não tenho outra escolha.//

*Logo o cavaleiro de Virgem percebe que Athena, Heitor e o capitão do navio Stavros, logo então ele entrou no navio, ao chegar perto de Athena, ele se ajoelhou.*

-Athena, estou aqui para protegê-la, nesta perigosa viajem em direção a Midgard.

A tristeza, e o sofrimento que não via há tantos anos voltou a iluminar seus olhos. E com a mão tocou seu peito, como se sentisse dor. Eram seus antigos sentimentos voltando depois de tanto tempo. Ele voltará e mudará tudo aquilo que vê. Por que graça aos céus, tem o poder para isso.

Chegou até os demais, curvou-se a Athena, e seu coração bateu forte, mas um outro sentimento surgia. Ignorou. Cumprimentou os demais, e em silêncio esperou os demais.

Sorri timidamente vendo o cavaleiro de Virgem aos meus pés. Tantas vezes falo e ainda assim continuam com tais costumes...

- Obrigada por ter vindo, Zothar. Fico imensamente feliz. Por favor, levante-se, quero apresentar-lhe alguém. Este é o capitão Sakis; ele nos levará a nosso destino.

O capitão curvou-se, fazendo uma mesura ao virginiano, e disse-lhe algumas palavras. Sinceramente não cheguei a ouvi-las, porque reparava na chegada de mais um cavaleiro: Hezequiel.

Por um momento, apertei a mão direita, fechando-a com força. A dor provocada pelo corte ainda não cicatrizado era boa... Embora não o visse, o ariano sabia tanto quanto eu que as delicadas luvas brancas que eu usava não eram apenas para combinar com o vestido de mesma cor. O curativo estava escondido sob elas, e ele tinha consciência disso.

Hezequiel aproximou-se, curvou-se diante de mim e depois cumprimentou os demais. Sorri para ele também e da mesma forma agradeci por sua vinda. Apresentei-lhe o capitão e depois voltei a calar-me, aguardando os demais passageiros do Stavros.

*Desta vez estava sozinha. Kathleen havia recebido a mensagem da coruja e se sentia até animada em poder descansar a cabeça dos inúmeros problemas que rodeavam o Inferno apesar de saber que não deveria se afastar tanto de seus afazeres.
A donzela havia vindo sozinha para não chamar a atenção, mesmo que sua aparência não ajudasse: pele pálida e bela como uma boneca ou vampira, atraindo olhares em todo o percurso do cais.
Suas malas haviam sido carregadas pelo cocheiro de sua carruagem até um marujo cuidar das bagagens enquanto que Pandora subia até o convés do barco.*

O dourado deixou o Santuário ao saber das notícias. Tinha achado que demoraria mais para Athena partir, o que o surpreendeu. Foi o mais rápido que pôde e para sua tristeza presenciou e notou tudo o que aparentemente "aqueles dois" sentiam. Era estranho, mas mesmo desconhecendo o sentimento do amor sabia quão apaixonados deveriam estar. Ágatha apertou o punho forte e neste momento teve certeza.

Daros respirou fundo, se Ágatha tinha feito sua escolha ele é quem não poderia mudá-la e começara a entender isso. Mesmo assim sabia que tinha chances consideráveis, ou pelo menos achava isso. Caminhou da maneira mais nobre que podia, tinha aprendido muita coisa com seu mestre e só agora sabia suas importâncias.

Ele ajoelhou-se diante a Deusa. Decidiu no momento em que presenciou o sorriso de Ágatha que não importasse o que acontecesse, não sabia seu futuro e não deveria tentar imaginá-lo, então não imaginaria nada que não quisesse.

Não importa o que acontecesse daqui para frente. Eu tentaria, mas não poderia mudar as escolhas dela. Ágatha me mudara e fizira com que eu entedesse tudo que meu mestre me dizia e tentou me ensinar. Durante as quase duas décadas de minha vida nunca tinha feito uma escolha sobre meu futuro, mas agora eu tomava minhas decisões e escolhas, eu finalmente estava livre e sabia sobre meu destino.

- Boa sorte em sua viagem, minha Deusa. - disse Daros.

Observei o dourado de gêmeos. Trazia um semblante bastante preocupado... O que estaria ele pensando?

"Será que...?"

Vi-o ajoelhar-se diante de mim e, ainda com pesar no rosto, desejou-me boa sorte. Mas eu sabia que alguma coisa estava errada com ele...

- Obrigada, Daros. Por favor, levante-se. Eu... lamento não poder levá-lo nesta viagem, mas entenda: é por temer que um guerreiro tão nobre e jovem faça uma viagem tão perigosa que eu não quero que você vá.

Falei sinceramente. Teria dito mais alguma coisa a respeito do que pensei... Entretanto, vi a representante do Submundo aproximar-se com um marujo que carregava suas malas. Logo a jovem embarcou; certamente teríamos a oportunidade de conversar mais tarde. Voltei o olhar novamente para Daros e apenas disse-lhe:

- Não se desgaste com temores imaginários, Daros de Gêmeos. O que tiver de ser será.

Com certo pesar, deixei-o, convidando os demais passageiros a embarcar no navio. O capitão Sakis encarregou-se de receber os que chegassem depois e levá-los até mim e a senhorita Pandora. Meu pai subiu comigo e após guardar minha bagagem em um dos cômodos despediu-se num abraço tímido e preocupado. Não disse nada, nem eu falei; ficamos apenas alguns instantes juntos, e logo ele desceu, posicionando-se ao lado do geminiano. Quanto a mim, juntei-me à Kathleen.

- Espero que as acomodações sejam do seu agrado, senhorita. É um prazer revê-la.

Logo atrás da Dama do Submundo, vinha seu mais fiel servo, Pavel de Esfínge. O rapaz andava a passos largas, trazendo a sua tão amada harpa aos braços. Estava trajando a sua Sapuris da Estrela Celeste da Besta cujo o brilho negro contrastava com o dourado dos servos de Athena.
Fez uma reverencia para a Deusa antes de adentrar a embarcação junto com sua Senhora. Apesar de apresentar um semblante calmo, no seu interior ainda pairavam as preocupações em deixar o Submundo desprotegido. Esperava que os espectros restantes tomassem conta de tudo na sua ausência

Daros levantou e mandou um último olhar para Athena; uma mistura de “adeus” e “tome cuidado”, um olhar curvado e redondo. Recuou um pouco, para não afastar-se de Heitor e acenou com um sorriso furtivo no rosto.

Eu não sabia ao certo o que entender com: “Não se desgaste com temores imaginários, Daros de Gêmeos”, mas algo dentro de mim me dizia que era bom e que ela sabia exatamente o que sentia. Será que deixava tão exposto isso?

No fundo sentia um pouco mais feliz, com a esperança aumentada, mas não demonstrei isso em momento algum, ou pelo menos tentei. E aquela partida me deixava um pouco entristecido, embora que com uma esperança; tanto para o amor, quanto para o santuário e aquela viagem. E aquelas palavras de Ágatha, realmente me agradaram.

Heitor observa atentamente o garoto ao seu lado, e percebe que ele sente algo muito especial por Ágatha. De certa forma, isso causa-lhe ciúme, primeiro porque ela é sua filha e segundo, obviamente, porque é sua deusa. Com as mãos nos bolsos, dá um pequeno aceno com a cabeça para Daros e para o capitão; depois, parte em direção à vila próxima ao Santuário.

"Atena."

Chegando, Aulis reverencia a deusa, depois Pandora, os santos e Pavel, na ordem. Jeans surrados, camiseta branca, tênis, os cabelos ainda molhados do banho recente; nas costas, a caixa da armadura, cuidadosamente coberta, e na mão uma pequena mala, ocupada na maior parte por mudas de roupa de frio. Sério, meio tenso, a situação das pessoas no porto e o ambiente formal só o deixam mais nervoso. Era a sua primeira missão. Ainda por cima, escoltando aquela que lhe era a mais preciosa, a mais importante.

Junto dele, Vieno faz uma mesura graciosa para os presentes. Dá um tapa reconfortante no ombro do irmão, tentando transmitir-lhe alguma confiança. O vento do começo de noite toca a echarpe colorida de tecido vaporoso, abrindo-a como uma asa atrás de si.

"Minha amada Senhora, e caríssimos: que sua viagem seja segura, proveitosa e agradável. Que os bons ventos os levem céleres e sãos a Midgard, e os tragam de volta ainda mais rapidamente. Meu coração e minhas orações estarão com todos." e volta-se para Atena em particular. "Senhora, queira perdoar a ausência de nossa irmã. Ela decidiu ficar no Santuário para melhor e mais precisamente seguir suas ordens; e ademais não é boa em despedidas. Rezo para que esteja bem, e que a paz a acompanhe."

"..." Aulis baixa os olhos, tenso, sem querer encarar os outros e sem saber se devia dizer alguma coisa. Esperava, de todo o coração, fazer jus à confiança de Atena; mas não consegue evitar pensar em suas falhas. E outra coisa que o deixava mal era o navio. Não sentia muita segurança naquela tigela de madeira boiando no mar.

"Bons ventos para você também, querido. Volte logo para nós, certo? Já estamos com saudades." Vieno o abraça, caloroso, e dá um beijo de leve no rosto do irmão, murmurando-lhe algo ao ouvido. Depois, com mais um tapa no ombro, se afasta, sorrindo; um meneio de cabeça na direção de Daros, que também ficaria, e parte.

- Aulis! Que bom que chegou!

Disse sinceramente. Esbocei um largo sorriso para Aulis, tentando deixá-lo mais confortável. Aparentemente, ele parecia incomodado com toda aquela situação, ainda mais porque haviam guerreiros e representantes de outras ordens à bordo. Depois, voltei-me para Vieno, fazendo igualmente uma mesura.

- Obrigada Vieno... Voltaremos o mais breve possível, não se preocupe. E vocês, por favor, fiquem bem também, sim?

Senti, por um instante, o coração apertar. Era tão ruim deixar a minha terra, os meus santos... o meu lar. Vieno despediu-se do irmão, calorosamente, como de costume, e foi-se. Observei-o afastar-se por alguns momentos, depois voltei-me para os passageiros.

- Espero que todos fiquem bem. Temos cabines individuais bem confortáveis aqui - disse, apontando para o local onde as acomodações se encontravam.

*Muitos entravam no navio, entre eles o fiel servo de Hades, Pavel, o espectro da esfinge. O vento noturno brinca com o estilo Dreadlock pink que Kathleen optará por usar naquela viagem, apesar do frio de Asgard a menina optara pelo estilo punk para viajar utilizando o longo vestido negro de espartilho de couro (Para ver a Pandora no momento clique aqui!).
Seus olhos mudam de cor para o branco enquanto acompanham a movimentação dos poucos marujos no píer onde olhavam assombrados com a imagem “espectral” na proa do barco, fato que cansou a donzela que logo se voltou e se juntou aos outros que entravam no navio.*

-Uma agradavel noite, não é? Falta mais alguém?

*Dizia em voz baixa e calma, suave como a seda cumprimentado a todos com um esboço de sorriso. *

Era uma bela manhã, o Sol presenteava a todos com seu brilho intenso e cálido; Kitana vinha só pelo porto, carregava uma mala relativamente grande de rodinhas contendo tudo, e mais um pouco, do que precisaria para o grande frio de Midgard. Acostumada ao calor da Grécia e dos países tropicais, casacos para a terra do gelo nunca seriam demais, a idéia de passar frio não lhe era muito agradável.

"Ohayou gozaimashita", disse com um sorriso sereno aos cavaleiros e ao espectro que já estavam presentes no navio.

Um dos tripulantes lhe ajudou com a mala, assim que deu sinal que iria entrar na embarcação.

"Obrigada pelo convite e desculpe-me pelo atraso, Athena O Mi Kami e Pandora-san.", disse num tom , cumprimentando a Deusa e a representante do Submundo com uma respeitosa mesura dirigida a ambas. "E já peço desculpas pelo atraso de meus companheiros de Ordem que ainda não chegaram."

Sim, estavam atrasados e Kitana não era das pessoas mais tolerantes quanto a esse aspecto, costumava ser pontual, mas a mala grande lhe dificultou o último trecho a pé pelo porto.

[OFF: Só para avisar: a viagem estava marcada para as 19h30 da noite, então... é noite, gente =). Outra coisa: como Athena não é responsável pelos guerreiros das outras ordens (obviamente), fica a cargo das representantes chamarem os seus guerreiros, ok?]

- Creio que sim, Pandora-sama. Ainda faltam as representantes de Apollo e Ártemis e...

Quando terminava a frase, notei que Kitana de Tirésias adentrava a embarcação.

- Ah, vejam só o que a maré trouxe! – disse, sorrindo – Bem-vinda, senhorita Kitana. Estávamos à sua espera.

"Obrigada pelo convite e desculpe-me pelo atraso, Athena O Mi Kami e Pandora-san. E já peço desculpas pelo atraso de meus companheiros de Ordem que ainda não chegaram."

- Oh, por favor, não se desculpe, temos algum tempo. Além do mais, a senhorita Séraphine ainda não chegou... Não sei o que as senhoritas decidiram, mas acredito que ela virá, não? De qualquer forma, esperemos seus guerreiros chegarem. A noite está agradável, afinal...

Mostrei à Kitana o local das acomodações e prontamente o tripulante marujo que carregava as bagagens da pitonisa descarregou-as na cabine da jovem. Depois, observei que o capitão havia preparado uma bela mesa com cadeiras macias para que nós nos acomodássemos e pudéssemos comer alguma coisa.

- Porque não nos sentamos? É melhor esperarmos bem acomodados. – disse, enquanto me direcionava à mesa.

Hezequiel se manteve ao lado de Athena, mesmo que calado. Seria o último a entrar no barco.

Um sorriso paira ao lado de Pandora e Pavel. So um sorriso, como uma meia-lua flutuante, branca, agourenta.

"Boa noite, boa noite, carissimos."

A partir dos dentes brancos se faz o rosto, os olhos brilhantes de malicia, e o resto do corpo. Vestida num conjunto excessivamente justo, preto com estampas em branco de longos gatos impossivelmente flexiveis, Kitty se materializa ao lado dos colegas de ordem.

"Aaah, que bons ventos, que bom clima." sorri de lado, olhando a miseria e a pobreza do lugar. "Com um pouco mais de decoracao, ficaria perfeito. Eu sugeriria alguns tons de vermelho, para emprestar um pouco mais de vida ao ambiente... mas divago! Lady Pandora, meu caro colega. Prontos para umas ferias em meio a paz e amor?" cumprimenta os dois, e simplesmente acena para os outros. Nao ligava a minima para Atena, Apolo, Odin, e esses outros todos, achando-os simplesmente tolos; era pedir demais exigir que fosse amigavel com os servos deles.

Um roçar de seda e o tilintar de sinos anunciam Séraphine; o aroma de jasmim flutua no vento enquanto ela pousa no cais, vinda dos céus. Graças à noite, podia fazer sua entrada usual, sem chamar demais a atenção. Ela traz no pulso, devidamente enluvado, a coruja mensageira de Ágatha, bem alimentada e cuidada durante sua estadia em Éfeso. Com um último afago, a sacerdotisa murmura o agradecimento devido à ave e a entrega à dona.

"Boa noite, bela noite, senhores." faz uma mesura para os presentes, a voz aveludada e baixa, como convém ao dirigir-se aos poderosos. "Senhorita Pandora; minha prezada irmã; honrados senhores, senhorita; Dama dos Olhos Brilhantes. Boa luz paira sobre este encontro. Queiram perdoar a demora."

Antes de chegar à mesa, senti a presença de um espectro. Eles exalavam um cheiro diferente do das outras pessoas, nem mesmo Pandora tinha aquele odor. Era um cheiro de ... morte, talvez até podridão, que remetia ao reino de Hades.

- Olá. – disse, voltando-me para o sorriso que se materializara ao lado da senhorita Kathleen. Não fiz questão de dizer qualquer outra coisa porque sabia que para Kitty, o espectro que acabara de chegar, minha presença e a de meus santos não era muito agradável. E devo dizer, com extrema sinceridade, que a recíproca é verdadeira...

Não demorou muito para que Séraphine, a alta sacerdotisa de Éfeso, chegasse. Percebi que trazia consigo a coruja que havia lhe enviado com a mensagem a respeito da viagem. Entregou-me a ave e depois cumprimentou-nos, desculpando-se pelo atraso.

- Ah, por favor, não se desculpe. – disse, sorrindo – É um prazer revê-la, senhorita Séraphine. Espero que a coruja tenha lhe sido uma boa companhia.

Terminei, afagando a ave; ela pareceu gostar. Depois, a deixei livre para voar, assim como fiz com as corujas enviadas à Kitana e Kathleen. Mostrei à sacerdotisa o local das acomodações e logo me ausentei por uns instantes. Estava na hora de chamar o capitão.

-----------------

A viagem durou aproximadamente uma semana. Não que fosse desagradável estar em alto mar, mas a verdade é que eu precisava de terra firme. Por isso, fiquei bastante feliz ao avistar as brancas terras de Odin. Contudo...

Quanto mais nos aproximávamos de Midgard, mais frio e menos raios solares sentíamos, o que estava me deixando bastante desconfortável. Nunca havia viajado para longe da Grécia e, portanto, estranhava deveras o clima. E também havia aquela sensação de estar sendo constantemente vigiada...

- Senhorita? Vim avisar-lhe que em poucas horas estaremos ancorando. Talvez seja melhor agasalhar-se mais.

Sorri ao capitão, deixando as preocupações de lado. Afinal, já estava feito. O que restava agora era encontrar-me com Rögnvaldr.

[OFF: A partir do momento em que o barco ancorar, passaremos a postar no tópico que será aberto na área "Midgard", ok?]

*A donzela faz uma mesura para todos que se juntavam a eles naquele momento, e em seguida acompanha Athena para algum lugar onde se sentar.
Uma presença causa arrepio na espinha da dama do Submundo, uma sensação prazerosa a qual a moça recebe com um sorriso de satisfação. *

-Kitty, bom ver que se juntou a nós. Quanto as férias, espero que seja mesmo prazerosa e não uma dor de cabeça como todos os problemas que enfrentamos.

*Com um sorriso ela se afasta e vai se sentar na companhia de tds.*
--------------------------------

*Vários dias se passavam quando finalmente chegavam a terra gelada de Asgard. Kathleen veste seu manto negro e se apresenta à proa com seu tridente, símbolo de seu cargo. Seus olhos mudavam de cor conforme o barco ia se aproximando ao píer da terra gelada.*

Allen vinha com uma grande mochila de costas, aquelas de mochileiros viajantes, só que duas vezes maior do que uma de tamanho maior e aparentemente duas vezes mais pesada, sendo que a urna estava amarrada no topo. Ele, naturalmente, não demonstrava nenhum sinal de desconforto ou dificuldade de levar a mesma.

- Yoh! Good afternoon, everyone! Senhoras, myladie e por ultimo e não menos importante, nossa querida deusa do conhecimento.

Se ele tinha alguma noção de que estava falando inapropriadamente com um deus, não deu sinal disso.

- Eu estava vindo pra cá quando passou um beija flor e ele era tão legal, tão voante, tão..... huum.... pensando bem, tive uns... ahn... imprevistos. - Pigarro - Desculpe-me pelo atraso ^^"

Olhando em volta, ele tenta ver se todos já estavam presentes.

- Já estamos todos aqui? Ouvi dizer que Blake de Telus também se juntaria a nós, mas não estou vendo ele.

------------------------------------------------------------

Allen havia gostado da viagem de navio. Bom, isso enquanto havia sol e estava quente, mas quando foram se aproximando de Midgard foi ficando cada vez mais frio, o que era meio irritante, mas nada muito preocupante. Para ele, é claro. Ele emitia um certo calor, o que era meio estranho, mas quem sabe fosse coisa de Anjo, então nem ligou muito, só aproveitou. Mesmo assim, não podia se dar o luxo de não se agasalhar e, portanto, estava de calça moleton, camiseta de manga comprida, um agasalho e um dubon.

Allen se encontrava na proa, bem na ponta do navio, naquela parte que o capitão nunca deixa os tripulantes ficarem. Ele não se lembrava de já ter saido da Grécia antes, sendo assim sua primeira viagem ao exterior, e queria aproveitar ao máximo, mesmo sabendo que estava em missão divina. Queria absorver ao máximo, mas tudo o que podia ver era branco. Talvez aparecesse alguma cor, mas não estava contando muito com isso.

[Sei que ficou um pouquinho tosco, mas eh que eu perdi o que tinha escrito e tive de refazer =P)

(Escrevi o post da chegada em Midgard. Ele está aqui.)

*Estava na hora, era hora de zarpar, todas as pessoas já tinham chegado, Zothar estava preparado para a viagem, sabia o que tinha que levar, apesar de nunca ter visto a terra, seus pais lhe contavam muitas historias sobre ela, e ainda sobre o tempo, e o clima da região, por isso já sabia muito bem o que tinha que levar.*

//Ainda não acredito, que realmente estou indo a Midgard.//

-----------------//-----------------

*Após uma semana, chegaram na terra de Midgard, Zothar com um casaco de pele sintética, resistia ao frio, as vastas terras geladas de Odin estavam a nossa frente, Estando no meio do barco, estava um pouco nervoso, porque nunca pensou, que iria para sua “terra natal”.*

Allen chegou em cima da hora, Kitana o censurou levemente com os olhos, sua atitude era desrespeitosa para com a Deusa e as representantes do Submundo e de Éfeso, respectivamente. Não disse nada quanto a atitude da serva de Hades, que Pandora-san lidasse com seus servos, se ela não lhe respeitava, não significava que deveria tratá-la da mesma forma.

"Bom lhe ver, Allen-san... Quanto a Blake, ele é bem grandinho e sabe se virar..." comentou a sacerdotisa casualmente.

O Anjo de Telus era aquele que mais a deixava de "ablos em pé" com sua ousadia, mas já havia aprendido a conviver com ele e seus comentários a sua pessoa e sabia que ele se virava muito bem sozinho. Se fosse de sua vontade aparecer, apareceria com toda certeza, de forma misteriosa, deixando a todos curiosos por saber como ele havia chegado ao local sozinho.

------

Frio? Essa palavra não bastava para definir o clima de Midgard, onde o Sol brilhava fracamente. Usava um pesado casaco de frio, por cima de alguns outros. Se o Sol não brilhava por lá o faria brilhar, mais do que os habitantes daquela terra já viram.

Observava a atitude imprudente de Allen, mas nada disse... Apesar de tudo, Minotauro ainda era um jovem, imprudente e esperançoso, o mundo não o moldara como moldara a ela, então deixou que curtisse.

"Enfim, terra firme!", falou assim que desembarcou, olhando mais uma vez para o céu, procurando pelo astro luminoso.

"Apollo-Sama... Peço sua honorável benção para este evento tão grandioso que está por acontecer.", pensou consigo mesma, os olhos violetas olhando diretamente para o símbolo de seu Senhor.

» Midgard
» A chegada em Midgard
» O começo - Midgard