Uma Noite de Esperança.

"Vamos Vieno.. não reclame." Disse enquanto puxava o braço do jovem Santo.

O caminho estava ficando escuro, o dia ia cedendo espaço para a noite, e a estrada avariada pelos anos, ficava contra o pequeno barranco, o que a deixava cada vez mais escura.

“Está escurecendo já..temos que nos apressar” Começou a andar puxando o jovem.

O caminho longo, com sombras sinistrar, resquícios do antigo e belo Santuário que agora caídos ao chão tornavam o caminho assustador para os mais jovens. Era perfeito, afastava os jovens e convidava os mais velhos. Boa parte do Santuário conhecia aquele local, tão popular para os jovens adultos, e Santos necessitados de diversão. O próprio Aulis nunca fora lá, mas com certeza já ouvira falar, já Vieno precisava de uma segunda chance, pensava Hezequiel.

Descendo a estrada envolta pelas sobras, passando por um bosque com algumas árvores e uma fonte, parte uma antiga Ágora, agora já quase impossível de se identificar, podiam se ver, luzes, fogueiras, tochas, luzes elétricas, música e dança. Um lugar alegre.

“Toma” Estendeu o braço para Vieno dando-lhe uma espécie de, sobretudo preto, e vestindo um ele mesmo. “Vamos tentar não chamar muita atenção"

Vieno faz bico, olhando o sobretudo com desgosto. Teria realmente que cobrir as roupas multicoloridas cuidadosamente planejadas e colocadas? Bem, pelo menos não era um capuz - ainda teria os cabelos coloridos, tralala. Suspira e enverga a vestimenta, colocando as mãos nos bolsos. Aquele lance de não chamar atenção definitivamente não ia terminar bem...

"É... aonde estamos indo mesmo, senhor Hezequiel?"

Abotoou o sobretudo, e levantou as golas, ficando com um visual de malandro, nada parecido com o verdadeiro Hezequiel. Olhou para o lado, e viu Vieno, desgostoso com a vestimenta.

“Vamos nos divertir um pouco” Andou até dois pilares, que marcavam o início da propriedade. “Σπίτι του σεβασμού” Falou na linguagem antiga da Grécia. “Acho.. que seria..algo como Casa de Respeito” E riu maliciosamente.

“Vamos vamos” Ele apontou para os prédios, em especial um no topo de um colônia. “ É ali!” Falou animado.

Spoiler:

~Imagine algumas tochas, e uma ou outra lampada amabar iluminando o lugar a noite, e algumas poucas pessoas, mulheres com togas coloridas e cidadões, soldados, aspirantes e as veses até alguns Santos perambulando, ou mesmo bebendo alguma coisa.

Santa Deusa.

Vieno pára de chofre, pensando. Casa de Respeito, ahn? Respeito?

Aquilo tinha cara era de outra coisa. Oooutra coisa.

"Erm..." e levanta uma sobrancelha, desconfiado. "E... para que o senhor me trouxe aqui mesmo?" pergunta, olhando para os lados, meio incomodado.

Hezequiel mal percebe o descontentamento de Vieno.

Encosta na pilastra virando-se para Vieno. “Você precisa se divertir, fica o tempo todo dentro daquela casa...Mas precisa de uma diversão, de qualidade!” Ele envolve o pescoço de Vieno com seu braço, e começa a caminhar vigorosamente em direção ao estabelecimento, que não estava muito longe do Portal.

Pelo caminho que percorriam era possível ver mais gente chegando, vindo de todas as direções. Vieno nota que é um lugar conhecido, e bem movimentando, e se esforçando um pouco veria alguns rostos conhecidos.

"... minha Deusa... é o que eu...?" meio arrastado, meio estrangulado, ele segue Hezequiel aos tropeções. E evita olhar na cara das pessoas - seria mais que embaraçoso reencontrá-los depois no Santuário...

Eles param, e Vieno pode perceber o por que. Chegaram a entrada, dois pilares, com grandes bacias em chamas no topo, iluminavam muito bem o lugar. As paredes pintadas de bronco, e as portas de madeira escuras, entre abertas, com dois grandes homens vestidos com suas armaduras, impedindo que os jovens de mais não entrassem.

“Chegamos” Bradou animado. Até que olhou para o jovem, e notou seu embaraço.”Não precisa ficar nervoso..por aqui, existe um ditado..” Parou e esperou Vieno prestar atenção: “O que acontece na Casa de Respeito, fica na Casa de Respeito – Ninguém vai saber de nada, se te viu ou não” Bateu no ombro do garoto três vezes e esperou que ele o entrasse no estabelecimento o acompanhando.

Vieno pode perceber que Hezequiel cumprimenta os dois Guardas, ele parecia ser conhecido por ali, mas logo ele veria que todos no lugar pareciam se conhecer. Eram quase como uma família.

Um pequeno corredor levava a entrada até uma outra porta, esta aparentemente fechada, que Hezequiel parecia ignorar ao falar com Vieno: “Você gosta de beber o que? Tem de tudo aqui.. coisas que você nunca poderia imaginar. Mas.. se preferir, temos leito para os mais novos” Brincou com Vieno, tentou provocá-lo a se soltar e entrar no clima.

"Ahn, eu, erm, ah...!" Vieno literalmente engasga. Leito? Bebida? Fuck.

Fuck!...

"Eu... não imaginava que houvesse dessas... coisas por aqui..."