LUTA: Rögnvaldr vs Séraphine

*fade in*
Um sonho...
*fade out*

Rögnvaldr aguardou o retorno de seu corvo pacientemente, contemplando o horizonte. Ao ver a silhueta do animal no céu, fazendo o caminho de volta, Rögnvaldr sorriu: pois é bom descobrir que seu adversário possui modos, que recebem e devolvem mensageiros com vida, ao invés de devolvê-los mortos.

Ao ler o conteúdo da carta, Rögnvaldr sorriu. Seria sua adversária como ele, que aprecia a guerra pela guerra? A simples idéia de encontrar uma adversária assim faz Rögnvaldr ferver e tremer, ainda que seu exterior não demonstre.

Seus preparativos para a luta incluem um banho improvisado, pois o duelo é como um ritual, e é necessário estar tão belo quanto possível em um ritual. O nórdico lamenta não poder ir tão belo quanto pode, ante as privações e imposições da guerra ao corpo. Após o breve banho de água gelada, que limpou do corpo não apenas a sujeira mas também levou consigo outros pensamentos desnecessários ao duelo, Rögnvaldr vestiu sua armadura e alertou seus homens: "- Logo estaremos em casa"

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Ao longe, uma silhueta pequena surge. À medida que os minutos passam, a silhueta ganha traços mais distintos: um homem vestindo uma armadura. A distância ainda não permite distinguir quem. Mais minutos passam e a silhueta fica ainda mais clara. Trata-se de um homem de cabelos brancos e que veste uma armadura azulada, que parece carregar uma arma nas mãos. A figura caminha lentamente na direção de Séraphine, passo a passo.

Finalmente, Rögnvaldr se aproximou em definitivo de Séraphine. Trata-se de um homem nórdico alto e forte, que possui uma longa cicatriz na face esquerda do rosto. Na orelha esquerda traz consigo uma jóia, e por ela desce uma trança de cabelo. Sua armadura pode ser descrita como uma aglomeração de diamantes ou como um conjunto formado por uma infinidade de safiras. Na mão direita jaz empunhada a Balmung, uma espada cujo verdadeiro potencial não pode ser testado em lugar nenhum além de um duelo.

O nórdico observa Séraphine por um instante, como se estivesse medindo-a. E depois sorri. "- Estou pronto", disse.

Rögnvaldr cumprimentou Séraphine uma última vez, acenando com a cabeça, antes de assumir alguma distância e finalmente iniciar a luta. Todavia, apesar da proximidade do instante da batalha e do grande preço que irá pagar o perdedor, é fácil ler que a intenção de Rögnvaldr não se traduz em derrotar a adversária. É como se não houvesse um inimigo ali...

Rögnvaldr balança a Balmung, fazendo-a respousar à sua direita. O simples deslocamento de ar promovido pela espada abre uma pequena fenda no chão, evidenciando o poder da arma, cujo verdadeiro potencial jamais foi testado. Ela provavelmente é capaz de cortar qualquer coisa com extrema facilidade - e Rögnvaldr fazia questão de demonstrar isso a Séraphine, em uma clara pro-vocação¹ e motivação. Queria que, naquela luta, Séraphine fosse a mais forte das guerreiras que já enfrentou. Ele, um conquistador estrangeiro, inimigo dos gregos, demonstrava querer que sua adversária fosse uma grande guerreira... E parece até mesmo disposto a ajudar para que isso aconteça.

Rögnvaldr finalmente investe contra Séraphine. A Balmung descreve um movimento vertical, de cima para baixo, contra Séraphine...

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¹ Pro-vocação: em latim, o prefixo pro- (se não estiver enganado) tem o sentido de 'para fora', encontrado por exemplo em pro-duzir (trazer algo para fora). Uma provocação é, nesse sentido, um chamar algo (vocare) para fora.